Carlos Emanuel Cearense
Informações, literatura, esporte, cinema e política.
sábado, 28 de junho de 2025
segunda-feira, 23 de junho de 2025
Horrivel sem saber
Preso no meio do caminho, um velho novo
Na meia-idade do destino preferido servindo
Sem ninguém para chorar nem para rir.
Dias seguem a velha estrada está chegando ao fim
Nem Platão previu-te assim idoso meio novo enfim
O garoto para os senhores um velho para os jovens.
Tu só queres as mulheres juvenis, mas tu não podes
Não plantastes a profissão, não passastes a senhor
Solitário caminhas na fila da estação do metrô.
Quando vem as da tua idade tu desdenhas pois não vai
Ser feliz com ninguém mais na tua sofrida imperfeição
Tu és feio de feição e liso de bens materiais e
espirituais.
Um homem sem generosidade no coração, sem dinheiro
Sem nenhuma reputação, perdido na contramão do medo
Olhastes e perdeu e desceu correndo de novo a via.
Te olham e te acham egoísta, uma mente sinistra
Subjugado e não amado metralhado na dispersão
Destronado da vida, chutado e cheio de feridas.
Radiante seria se pudesses abrir só uma porta
esperançosa
Mediante a servidão do paraíso do lirismo gótico do
teu ser
Não existe beleza dentro da secura da tua infeliz
visão.
Medindo o segredo que te afasta da felicidade, uma
escolha
Milhares de erros, de linhas desfiguradas de pontes
condenadas
A serem navalhadas e derrubadas por serem frágeis
demais.
Milita tu onde ninguém te quer vai ali e vai acolá
E todos estão a te desprezar te fazer derramar
líquidos dos
Teus olhos baixos, desesperados por precisar.
Tu disse que não queria ajuda mas a ajuda veio e tu
Você fugiu e se entregou ao bar, a jogatina as noites
em
Claro e deixou aquela menina a sofrer por te querer
muito.
Você não merecia isso, apenas errou na mão e veio
parar aqui
Cometeu um crime, ser fiel a princípios inúteis e
destruidores
Armados pela coluna partida na indisciplina perdida de
alma.
E te olharam e te apontaram um dedo um tapa na cara
uma piada
Eles diziam de você algo que não era e que não podia
ser aquele
Que nada tinha a dizer e a perder e a sofrer.
Um adeus, um aceno sombrio de uma noite escura na rua
deserta
Na mata estava você querendo voltar, mas estava preso
em um
Passado de penar e de se frustrar.
quarta-feira, 18 de junho de 2025
Baba
Caído
ao chão, com gotículas de uma baba que saia da sua boca. Não conseguia enxergar
direito, a vista um pouco embaçada. Tentativa de se levantar, ainda zonzo da
bebida que fazia efeito sobre o corpo. Mas tinha que achar os óculos de grau.
Sem eles era apenas um homem sem visão. E o Iphone que tinha juntado dinheiro
para comprar. Onde se encontrava?
Quase
em pé ainda atordoado, tateou o piso do seu apartamento, em busca da sua
ferramenta de visualização do mundo. Com muito esforço e quase esmagando a
armação recém comprada, pode ver como estava sua residência. Cama, com lençóis,
desarrumados, a calça amassada, embolada com a camisa, um balde do lado, onde
tinha restos do vômito que veio ao chegar em casa e tentar dormir.
Sebastião
seguiu para o banheiro que estava a menos de 4 metros de onde ele se
encontrava. Com dor no coração avistou seu aparelho celular misturado com
líquidos e alimentos despejados por sobre ele. Pegou o objeto e viu que estava
desligado e com pedaços de comida por dentro atrapalhando a câmera.
Tentou
limpar o que podia e colocou para carregar. Aos poucos o alívio veio, pois o
seu telefone ainda estava com as funções funcionando, mas as fotos ainda
estavam saindo meio ruins, devidos aos dejetos que tinha ultrapassado a
película de proteção. Fazer o que, era torcer que durante o dia, mudasse tudo e
voltasse ao normal. O homem não era apegado à bem matérias, porém ele teve um
sacrifício imenso de comprar o celular da moda e queria usufruir de suas
funcionalidades.
Era
segunda-feira, 10h30 da manhã. Mesmo ainda se sentindo mal, pela ressaca moral
e sem saber como tinha chegado em casa, desceu as escadas do seu prédio e
seguiu em busca de um lugar para tomar um caldo. De novo ele tinha bebido muito
na noite passada. Sempre dizia que ia se controlar. Apreciar o barzinho sem
arrependimentos depois. Ele tinha ido ao lugar de sempre, uma boate
underground, com Dj tocando músicas dos anos 80.
Bastião
era muito na dele, chegava nos lugares e pedia sua bebida e ficava tranquilo
vendo o movimento das pessoas. Paquerava uma ou outra mulher que ele achava
bonita. Mas não chegava em ninguém, pelo menos no começo da balada. Quando já
tinha consumido muito álcool, fazia amizades, contava estórias, chegava nas
gatas e tudo. Prometia coisas que bom não ousaria dizer.
Mas
o que mexia mais com ele, era se sentir importante para alguém. Não tinha
estilo conquistador. Era muito romântico. Alguns diriam que ele era
‘emocionado’ é o termo que se usava ultimamente para dizer algo sobre alguém
que se importava.
Mas
ele não ligava, naquela manhã ao conferir os jogos da Loteria descobriu que
tinha tirado a sorte grande. Agora era a hora de testar suas teorias, sobre
amor e riqueza. Sempre achou por ser um homem ‘liso’ e feio as mulheres jamais
se aproximariam dele. Não era adepto de Nofap, nem da cultura RedPill, nem
seguidor de coach de pegação. Mas ele sentia no seu dia a dia a rejeição de
algumas mulheres, que ele achava jovem e bonita. Elas se interessavam por ele
muitas vezes, a comunicação via app de relacionamentos fluía bem.
A
mágica acontecia na hora de marcar os encontros. Perguntavam sobre emprego,
sobre carro. Nesse instante, os matchs se desfaziam e elas desapareciam. Mas
agora seria diferente, segundo ele acreditava. Com um prêmio bastante generoso
no bolso, era hora de refazer os passos. Começou indo ao médico fazer uma
bateria de exames para ver como andava a saúde. Detectou uma serie de
alterações. Triglicerídeos e colesterol altos. Resolveu deixar a bebida de lado,
entrou para academia, queria ficar no shappe.
Muitos
suplementos alimentares. Investiu em ações, criptomoedas e imóveis. Virou um
solteiro cobiçado para as novinhas e coroas. Suas redes sociais eram entupidas
de gente buscando se aproximar dele. A seca braba de antes já não existia. Essa
mudança de patamar provava um pouco a sua teoria, de que ‘só valemos o que
temos’.
E
assim ele ficou pegando geral. Não queria nada sério com ninguém. Sem perceber
ele virou algo que tanto criticava. Não olhava o ser da pessoa, a essência
interior, o que importava era a beleza física. O que um corpo bonito podia
oferecer a ele.
terça-feira, 17 de junho de 2025
Meu quarto escuro
Drama, cama,
sombria atmosfera
Desejo, sonhos,
solidão, absurdos
Memória
perdidas, desatinos e loucura
Sonhos,
pesadelos, temerosos infernos
Desertos de
dores intensa
Propriedade do
acaso ardente
Loucura divina
honestidade
Medidas
intensas de um vácuo
Soluços de medo
do acaso
Prisão, mortes,
solidão
O pecado de
desejar
A vontade de
sofrer
Automutilação
do espírito
Crenças
perdidas nas trevas
Matança
necessária
Passagem
estreita, suspeita
Paixão
mortífera, decisão
Rivalidade
incubada no peito
Pressa corrida,
metáfora
A pura essência
do receio
Guerras e
territórios
Acordo a noite,
vazio
Pesadelos me
perseguem
A morte vem
sempre atrás
Silhuetas
fúnebres chegam
Olhares
confusos na escuridão
Doença mental
do apego
Possessão em
algum desespero
Romantizando a
carnificina suave
Mortes nos
cercam
Distância do
paraíso
Mais perto do
inferno
Saúde e o medo
do eterno.
segunda-feira, 16 de junho de 2025
VLADI
O
pequeno cômodo da quitinete estava empilhado de objetos descartáveis. Ali
aproveitavam-se a TV, o notebook, a geladeira e a máquina de lavar. Sem
esquecer, é claro, da rede de balanço, lugar preferido de Rennys. Mas os
livros, o guarda-roupa por montar, cartas, retratos, lembranças de outras
épocas acumulavam espaço e não contribuíam com nada. A velha parede por pintar.
A idade já avançada, sem tempo de errar.
Em
dois quadros, lado a lado, as duas graduações: história e agronomia. Tudo
indicava um excelente emprego, mas as coisas não saíam do lugar, para o nosso
protagonista. Ele tinha um problema sério de comunicação e era crítico ferrenho
de todas as hipocrisias da sociedade. Pelo menos era assim nos seus
pensamentos. Por isso, muita gente o evitava.
Quando
ainda era jovem, dava para ludibriar as pessoas. Mesmo um tanto esquisito,
conseguia namorar algumas mulheres. Mas as cicatrizes e dificuldades da vida
foram o tornando um tanto amargo e distante. Por sorte, o seu lado antissocial
lhe ajudou a se concentrar nos estudos e ele ainda passou num concurso público
para auxiliar administrativo, da prefeitura de sua cidade.
O
dinheiro não era muito, mas pelo menos pagava o aluguel e comia. Já se
acercando dos 40 anos, ele percebeu que não tinha mais nada a fazer na face da
terra. E pensou várias vezes na morte, uma solução fácil para dar fim à dor que
o acometia todos os dias, ao acordar, sem perspectivas de mudanças. Todas às
vezes que ele contava um plano para algum amigo, aquilo dava errado, ou as
pessoas brincavam com sua cara.
Ele
sentia uma raiva dentro de si, sempre estava prestes a explodir e pronto para
cometer algum crime. A sua revolta contra o mundo era gigante. Por que as
mulheres não o admiravam? Por que ele não conseguia mostrar seu verdadeiro
valor à sociedade? O jeito era comer, assistir conteúdo nos streamings e ficar
mexendo no celular, em busca de uma conexão que o tirasse da solidão. Já tinha
muito ouvido falar em solitude, uma forma de estar só por prazer, para
autoconhecimento. Mas Rennys não tinha o que ver dentro de si.
Era
um vazio sem fim. Mas um dia, ele estava vendo uma notícia no Instagram, sobre
pessoas que haviam encontrado o caminho da felicidade. Mas tinha um preço para
isso. Primeiro a viagem de Fortaleza até o interior da Bahia para conhecer o
centro religioso. Como ele estaria de férias em breve, resolveu pegar um
empréstimo no banco, como servidor, tinha pelo menos essas facilidades. Não
sabia como pagaria, mas ele não tinha mais nada a perder. Antes da viagem, ele
teve muitos pesadelos recorrentes. Num deles um ser misterioso de capa cinza
aparecia e dizia que ele não precisava gastar dinheiro e nem viajar para tão
longe, bastaria proferir umas palavras e sua vida mudaria por completo.
Ele
ficou assustado nos primeiros dias. Quase não conseguia mais dormir. Porém, a
curiosidade de que aquilo fosse real foi mais forte. Então ele chamou o nome: VADLI.
E logo acordou. E nada aconteceu. Então voltou a vida normal. Andar pelo
calçadão da Beira-Mar. Ir a concertos musicais, peças de teatro, ou cinema. Um
desses dias, voltando pelo Centro da Cidade, no calçadão da Praça do Ferreira,
avistou um homem de barba branca, cabelos cinza e capa cinza. O senhor o olhou
firme e fez um sinal com a mão, chamando-o para sentar-se ao seu lado.
Então
o idoso falou:
—
Vontade, Alimento, Dinheiro, Liberdade e Inocência.
—
O que isso quer dizer? — Curioso, Rennys perguntou.
—
Levante-se e siga seu caminho — Após falar, o guru saiu.
Mesmo
sem entender, Rennys partiu com um colar no pescoço e uma dúvida na cabeça.
Finalmente,
as férias começaram. Sem planos algum para viajar, por falta de dinheiro e
depois desse encontro com essa figura estranha, o jeito foi ficar recolhido em
casa. Sem nada para fazer, tudo parecia pior do que antes. Mas como assim? O
que aquela pessoa havia lhe falado em sonhos e depois pessoalmente não era
isso. O dia já se findara, um dia perdido. Mas uma batida insistente na porta
mudaria isso.
Ele
levantou-se da rede um pouco zonzo e foi ver quem era. Para sua surpresa, uma
jovem de cabelos loiros, lisos, pele clara, de vestido preto, colado ao corpo,
botas pretas largas.
—
Boa noite, aqui que mora o Rennys? — Uma voz suave, um olhar penetrante.
—
Sou eu, eu fiz algo de errado? — O homem perguntou assobrado.
—
Me acompanhe, que você verá.
Os
dois saíram. Logo na frente, do prédio, havia uma limusine preta. O motorista
de preto, com luvas brancas, os aguardava. Ela parecia uma jovem Inocente.
Rennys foi com má Vontade, mas entrou no carro. Lá dentro, uma música
cantada por uma voz suave de um homem. A voz de Alessandro Moreschi, conhecido
como, ‘O Anjo de Roma’, uma figura castrada na infância devido a uma hérnia e
que tinha a voz aguda, por não desenvolver a voz masculina por falta de
testosterona. O cantor, soprano, cantava Ave Maria. Mas era uma gravação
antiga, de 1904.
Nos
dias seguintes, a jovem, o levou a lugares incríveis, onde ele pode conhecer
pessoas importantes e sua vida havia mudado. Conseguira um emprego para viajar
o mundo, escrevendo sobre as peculiaridades de cada lugar. Largou seu emprego
público e começou a ficar com muito Dinheiro.
Agora
era um homem com Liberdade. Tinha sempre o que queria, a companhia de
belas mulheres, bons amigos. Bom Alimento. Nada lhe faltava nessa sua
nova jornada. Passaram-se anos. Há poucos dias de completar 60 anos, Rennys
teve um tremendo susto. Quando caminhava pelo Museu de Louvre, reconheceu a
figura de uma jovem bonita. Primeiramente, ele ficou incrédulo, não poderia ser
a mesma pessoa. Não ficou velha.
—
Vim lhe buscar — A voz suave, o alertou.
—
Por quê? — O homem achava estranho esse encontro.
—
É chegada a hora de pagar a promessa.
—
Eu não lembro de promessa alguma.
—
Você proferiu as letras: VLADI e isso é o contrato.
Ele
entrou na limusine e o homem de vinte anos atrás estava com a mesma aparência,
como se tivesse passado apenas, um dia. O caminho foi longo, horas se passaram,
até que finalmente chegaram ao destino. Era uma floresta. Eles caminharam um
pouco. O coração de Rennys batia mais acelerado. Quando avistaram de longe, o
homem da capa cinza. Sentado em um trono. Tinha duas cadeiras viradas de frente
para ele.
—
Aproxime-se, Rennys, lhe aguardava. Gostou da vida feliz que lhe proporcionei
por vinte anos? Eu o queria dar mais tempo, mas tenho outras almas a resgatar.
—
Espera aí, almas? — O terror tomou conta do seu rosto.
—
Calma, amigo, você gostou dessa jovem?
—
Ela é muito bela, mas não envelheceu nada.
—
Ela é minha filha e vocês vão se casar agora e darei mais dias para gerar uma
vida e depois você me seguirá.
E
foi assim, o demônio, celebrou o casamento dos dois. A consumação se deu logo
após. Ao acordar no dia seguinte, ele se assustou. A mulher estava com uma
barriga de gravidez como se fosse de meses. E dias depois ela teve o menino.
Uma criança linda.
A
aparência da mulher foi logo mudando e ela foi ficando com cabelos grisalhos. E
dias depois tinha a aparência de uma senhora de sessenta anos. Rennys, vieram
as lágrimas, porque chegou a amar essa mulher e agora via ela definhar na sua
frente.
—
Eu lhe amei desde a primeira vez que o vi — disse, em meio a lágrimas, a idosa
— Mas esse era o plano, deixar um descendente na terra, para que os planos do
meu pai continuem. Ele precisa conquistar mais adeptos e ganhar mais almas.
Pois o reino de Deus está próximo e ele tem que lutar para manter a morte e a
destruição sobre a terra.
—
E o que acontece comigo? — Perguntou já com medo da resposta.
—
Você me segue agora — A voz surgiu de uma fresta de uma janela, onde tinha
escuridão.
—
E se eu não quiser?
—
Você morre. Ou você me serve. Se não me servir, eu mato sua família. Essa atual
e aquela que você deixou quando partiu.
—
Eu era solteiro, não tinha ninguém.
—
Deixa eu lhe mostrar — Ele abriu um portal e se pode ver uma mulher, que tinha
sido uma namorada de Rennys, há muito tempo — Ela lhe escondeu, esse filho. E
tem outras, que você verá. Você fez muitos filhos e nenhuma mulher o quis
contar, pois você não tinha dinheiro. E eu lhe dei tudo.
—
E agora quer tomar. Não é justo.
—
Não existe justiça. O mundo é uma hipocrisia. Mas elas não vão passar fome e
nem seus filhos, eu prometo.
E
Rennys teve que ser um servo do maligno e um senhor de várias guerras pelo
mundo. Divisões, pestes, doenças. Tudo porque um dia ele não estava satisfeito
com sua vida, simples e queria viver algo diferente. Mas o plano do universo
para ele era outro. Sabendo disso, o demônio se usou de suas fraquezas e
barganhou sua alma, que queria Vontade, Alimento, Dinheiro,
Liberdade e Inocência.
O
que lhe restou foi um Deus, das trevas. Lúcifer.
sexta-feira, 13 de junho de 2025
O que já não é mais
O que já
não é mais
Fores
altiva e permanente
Cabia
apenas continuar assim
Mas
escapou dos limites de mim.
Era
somente uma perca vigente
Saiu e
sumiu, sem mensagens
Estava
assim no corredor do medo.
Não era
necessidade, nem apego
Mas aquelas
conversas e beijos
Aquele seu
cheiro peculiar era bom.
Fui embora
daqui e estava indo ali
Mas aonde
eu ia tu estavas parecia alma
Fechava os
olhos e te enxergava toda hora.
Roubei-te
a inocência e tu me largou
Parecia
que descobriste um lugar melhor
Ficou
sabendo do que era a vida e se foi.
Só assim
percebi que eu era mal, egoísta
Não era
necessário muito, apenas te ouvir
Mas eu era
surdo e cego para te entender.
Agora me
aguarda aquela bebida e o bar
Mas eu já
era velho para isso tinha que se cuidar
Não viver
a se lamentar, tinha que treinar
Correr,
levantar peso, comer saudável
Vivemos
outros tempos, sem álcool
Chorar é
ruim, busca a terapia, sem dor.
Não posso
extravasar, nem se automutilar
Posso
chorar discretamente escondido
E depois
se recompor e seguir.
Aquela
sofrida música arranhada na viola
O lamento
da memória perdida contigo
Mas tu nem
mais existe, você se foi.
Será que
ainda estou aqui?
Será que
eu já fui e restou apenas o eco?
Adeus, ô
Deus, meu Deus, morri?.
quinta-feira, 12 de junho de 2025
Reanimando o amor
Partiu-me
ao meio. Te conhecer me transportou a anos-luz no passado.
Uma
fenda abriu-se no tempo, eu de novo era jovem outra vez. Não.
Eu não
queria mentir para ti. Abracei-te, peguei a sua mão, beijei-te.
Curtimos
a noite juntos. Não eram os bares que nos faziam aliados.
Não
eram as cervejas que nos animavam, mas o sorriso e o par perfeito.
Eu
queria me vingar, das pessoas que me olhavam torto, sempre.
Então
chegamos, você toda jovenzinha. Eu, um homem de meia-idade.
Você
não ligou, me puxou e no meio do barulho de guitarras me beijou mais.
Aceitei
tudo que me vinha de ti. Até nos dias anteriores, quando você sumiu.
Você
estava lá online, virtualmente presente, mas sem o diálogo que queria.
Eu não
era o príncipe, que meia-noite vira o sapo. Era apenas um homem.
Vivia
pedindo desculpas e com medo da rejeição, querendo atenção.
A
esperança brotou de novo em alguém que tinha esquecido o que era amar.
Não
faças poesias, já dizia o meu velho amigo em um momento qualquer.
Elas
vão te achar bobo e meloso e vão pular fora rapidamente.
Menino
tu já foi. O caminho agora é o descansar o corpo da morte.
Vivenciar
cada dia e cada momento pelas últimas vezes e contando.
Não
deves perder o medo de recuar quando estiveres errando.
quarta-feira, 11 de junho de 2025
Reflexão da noite
Escuridão da rua quebrada
Escrotidão da alma aquebrantada
Vazia alma que sofre desilusões
Perpetuando um uivo perdido
Um olhar de sangues impuros
Romances rastejantes sobre o mar
Trevas, tremem os céus azuis
Os galhos pretos se espalham
A sombria tempestade ultrapassa o medo
Fechei os olhos e num apagamento
Acordei dentro de um caixão aos
Gritos pedindo misericórdia
O silêncio de uma noite vazia
Nas calçadas pessoas perdidas
Um sentimento inexistente raiz
Melancolia por um abandono
Antes frio agora transpassado
Um fogo ardente que suga a vida
Delirando no quarto escuro
Meia noite, duas da manhã
Rodízio de terror escuro.
terça-feira, 10 de junho de 2025
Sem saber onde ir
Livre vivo a sorrir
Preso vivo a chorar
Caio e clamo por ti
Ontem corri, hoje ando devagar
Canto quando me falta pranto
Decido se cedo ou não aos seus encantos
Vivo dizendo que não vou
Mas sempre apareço sem parar
Perdido, me perco ao te achar
Consciente da ideia de sentir
Ferida vou sempre me atrasar
Reclamam que sou apenas dor
Eu digo o que quero de valor
Fluidos, beijos e pegação
Estamos no mundo de ilusão
A idade chegou para mim
Os cabelos brancos estão a sair
Perco o rumo devagar
Meu fogo cessa sem falar
Confio em ti a toda hora
Me traio a cada passo
Corrijo e fugo do embaraço
segunda-feira, 9 de junho de 2025
Vai em frente
Sabedoria da memória
fantástica, em desacordo com o
crescer lento e severo, tenho sido batizado desde
ontem pela pureza da desilusão de um mundo cão.
Rios de dinheiros nos corrompem a sermos alguém
na sobrevida permeada de armadilhas e surpresas,
vou conhecer o caminho que me leva a voar.
Quero tocar o mastro da sonoridade submersa de
um mar, de um falar constantemente sobre o que é possível
de um sobreviver a tudo isso, sem sofrer, sem dizer nada.
De pé, a luta apenas começou, a vida não terminou
Um safari, um naufrágio, um medo de ser alguém puro e
Manipulável, um pé na cova e outro na aurora do recomeço.
Abre o caminho que o novo já está vindo, mas olha se não
você perde, já passou, você nem reparou, compreendo, não
eras para ti essa benção dos sonhos e dos presságios
alheios.
Fecha a porta rápido, sobrevive, não morras agora, estás
perto
Falta só um pouco de coragem, mas se não tiver, fica aqui
comigo
Quero seu abraço, o seu toque de esperança e de heranças
mil.
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